sábado, 29 de maio de 2010

Verdades e primaveras

Sou uma mulher de poucas vaidades: não me maquio, não pinto as unhas e só me depilo mesmo quando há uma real possibilidade de sexo. Acho que isso faz parte da minha praticidade. Pra quê passar maquiagem e depois ter de tirar? Esmalte, então, nem se fala, quando começa a descascar, a gente fica parecendo uma trabalhadora da Vila Mimosa. Tô fora, não gosto de complicar coisas que na verdade são simples. Por exemplo, esse negócio de alguém ter o poder de acabar com a gente é balela, ainda mais mulher. Mulher é um bicho que quando apaixonado é capaz de retribuir em dobro qualquer gentileza, por menor que ela seja. Massagem nas costas acompanhada de beijinhos no pescoço, por exemplo, transforma qualquer piriguete em gueixa. Agora, homem, só deixa mesmo de ser moleque quando morre, mas, a partir dos 25 anos, pelo menos aprende a disfarçar a olhada pros nossos peitos no meio de uma conversa. É muito chato se sentir alcatra. Quer ver outra coisa chata? A gravidade. Quando eu era menina, fui bailarina e tinha umas pernas de parar o comércio. A bunda então, era uma loucura. Aliás, acho um pecado depois de uns anos a gente só poder ver nosso magnífico backstage em fotos do passado. Uma lástima. Outro dia uma amiga me disse que certo mesmo na vida são a morte e a gravidade. Achei legal a conclusão dela. No fundo, no fundo, preferia nunca ter sido tão gostosa, pra não ficar nessa espécie de saudosismo. Isso porque não sou vaidosa, hein, imagina se fosse.
Agora vou indo que hoje é meu aniversário e tem um pessoal vindo pra cá pra casa. A propósito, estou completando 37 primaveras.

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